segunda-feira, 29 de abril de 2013

AREIA DESCARTADA DE FUNDIÇÃO (ADF)

ALTERNATIVAS SUSTENTÁVEIS PARA O SEU  REAPROVEITAMENTO


Na última década de 90 alguns países fizeram um grande avanço nas pesquisas para o reaproveitamento das areias descartadas das fundições. Estados Unidos, Alemanha e Brasil desenvolveram quase que simultaneamente aplicações mais sustentáveis para estas areias. No Brasil, as areias descartadas das fundições representam o maior descarte em volume dos resíduos classificados como classe 2A, ou seja, não perigosos e não inertes. Anualmente são descartadas aproximadamente 2,8 milhões de toneladas destas areias em todo o país. O estado de São Paulo fica com aproximadamente 35% deste montante, seguido de perto pelos estados de Minas Gerais, Santa Catarina e Rio Grande do Sul. Os custos cada vez mais elevados para os descartes em aterros industriais licenciados, bem como a busca pelas certificações ambientais, estimulou os institutos de pesquisas e as fundições a buscarem alternativas para o reaproveitamento das ADF’s. No ano de 2000, entrou em operação no interior do estado de São Paulo, a primeira empresa da América Latina fabricante de artefatos de concreto utilizando a areia descartada de fundição como substituta da areia comum. Com esta substituição, os produtos não perderam qualidade e tornaram-se 15% mais baratos se comparados aos similares convencionais. As aplicações em artefatos de concreto são mais indicadas para pequenas e médias gerações de areia descartada de fundição. Para grandes volumes, as utilizações em obras de pavimentação e coberturas de aterros sanitários, são mais adequadas. Na pavimentação, estas areias podem substituir o pó de pedra em obras de cobertura alfáltica, enquanto que nos aterros sanitários a ADF substituiria a terra para cobertura diária. No final do ano de 2007 a CETESB – Companhia de Tecnologia do Estado de São Paulo liberou a Decisão de Diretoria Nº152, que estabelece os procedimentos que devem ser seguidos pelas empresas instaladas no estado de São Paulo que pretendem reaproveitar as ADF’s na produção de artefatos de concreto ou na pavimentação asfáltica. A partir desta data, várias fundições conseguiram o parecer técnico favorável deste órgão ambiental para o reaproveitamento da ADF. Algumas destas fundições já estão com projetos bem adiantados para a implantação do processo completo de reaproveitamento.Seguindo estes passos, os órgãos de controle ambiental dos estados de Santa Catarina e Rio Grande do Sul também estabeleceram as suas diretivaspara o reaproveitamento das ADF’s. Atualmente também estão sendo elaborados vários trabalhos com o objetivo de comprovarem a viabilidadetécnica e ambiental do reaproveitamento das ADF’s em obras de base e subbase de pavimentos asfálticos. O correto reaproveitamento das ADF’s é um procedimento que trará somente benefícios. Além de reduzir os volumes destinados aos aterros industriais, reduz os custos na produção de artefatos de concreto e nas obras de pavimentação asfáltica. A adoção destes procedimentos também vai reduzir o impacto ambiental gerado pelas cadeias produtivas do setor de fundição e da construção civil.

Autor:
Esneder Antonio Penatti Junior
Engenheiro Eletrônico
Auditor ambiental
Sócio proprietário da Redense Comércio e Assessoria Ltda.
Diretor de meio ambiente da ABIFA
https://dl.dropboxusercontent.com/u/4824487/Areia%20Descartada%20de%20Fundi%C3%A7%C3%A3o%20%28ADF%29%20-%20Alternativas%20Sustent%C3%A1veis%20para%20o%20seu%20Reaproveitamento.pdf


A tecnologia pode destruir a raça humana?

Instituto do Futuro da Humanidade - este é o nome escolhido por uma equipe internacional de cientistas, matemáticos e filósofos que decidiu investigar quais são os maiores perigos contra a humanidade.
E, segundo seu primeiro relatório, chamado Riscos Existenciais como Prioridade Global, os autores de políticas públicas deveriam atentar para os riscos que podem contribuir para o fim da espécie humana.
Seguindo uma onde crescente dos cada vez mais comuns apocalipses científicos, os pesquisadores se espantam que, no ano passado, tenham sido publicados mais textos acadêmicos a respeito de snowboardingdo que sobre a extinção humana.
O diretor da organização, o sueco Nick Bostrom, eventualmente preocupado em buscar recursos para manter seu nascente instituto, montado na Universidade de Oxford, afirma que existe uma possibilidade plausível de que este venha a ser o último século da humanidade.
Ele precisa de argumentos, já que compete com o também fatalista Centro para o Estudo do Risco Existencial, da Universidade de Cambridge, atualmente mais preocupado com uma "singularidade tecnológica" e uma revolução dos robôs.
Apocalipses descartados
Mas primeiro as boas notícias. Pandemias e desastres naturais podem causar uma perda de vida colossal e catastrófica, mas Bostrom acredita que a humanidade estaria propensa a sobreviver.
Isso porque nossa espécie já sobreviveu a milhares de anos de doenças, fome, enchentes, predadores, perseguições, terremotos e mudanças ambientais. Por isso, as chances ainda estão a nosso favor.
E ao longo do espaço de um século, ele afirma que o risco de extinção em decorrência do impacto de asteroides e super erupções vulcânicas permanece sendo "extremamente pequeno".
Até mesmo as perdas sem precedentes do século 20, com duas guerras mundiais e a epidemia de gripe espanhola, não foram capazes de impedir o crescimento da população humana global.
Uma guerra nuclear poderia causar destruição sem precedentes, mas um número suficiente de indivíduos poderia sobreviver e, assim, permitir, que a espécie continue.
Apocalipses da vez
Mas se existem todos esses atenuantes, com o que deveríamos estar preocupados?
Bostrom acredita que entramos em uma nova era tecnológica capaz de ameaçar nosso futuro de uma forma nunca vista antes.
Estas são "ameaças que não temos qualquer registro de haver sobrevivido", diz ele - uma constatação um tanto óbvia, já que a atual onda tecnológica é inédita na história.
O diretor do instituto compara as ameaças existentes a uma arma perigosa nas mãos de uma criança. Ele diz que o avanço tecnológico superou nossa capacidade de controlar as possíveis consequências.
Experimentos em áreas como biologia sintética, nanotecnologia e inteligência artificial estão avançando para dentro do território do não intencional e do imprevisível.
A biologia sintética, onde a biologia se encontra com a engenharia, promete grandes benefícios médicos, mas Bostrom teme efeitos não previstos na manipulação da biologia humana.
Muitos concordam com ele, já que, recentemente, nada menos do que 111 entidades pediram uma moratória nas pesquisas com a Biologia Sintética.

A nanotecnologia, se realizada a nível atômico ou molecular, poderia também ser altamente destrutiva ao ser usada para fins bélicos. Segundo o pesquisador, os governos futuros terão um grande desafio para controlar e restringir usos inapropriados.

Há também temores em relação à forma como a inteligência artificial ou inteligência de máquina, possa interagir com o mundo externo.
Esse tipo de inteligência orientada por computadores pode ser uma poderosa ferramenta na indústria, na medicina, na agricultura ou para gerenciar a economia, mas enfrenta também o risco de ser completamente indiferente a qualquer dano incidental.
Sean O'Heigeartaigh, um geneticista do instituto, traça uma analogia com o uso de algoritmos usados no mercado de ações.
Da mesma forma que essas manipulações matemáticas, podem ter efeitos diretos e destrutivos sobre economias reais e pessoas de verdade, argumenta ele, tais sistemas computacionais podem "manipular o mundo verdadeiro".

Em termos de riscos biológicos, ele se preocupa com boas intenções mal aplicadas, como experimentos visando promover modificações genéticas e desmantelar e reconstruir estruturas genéticas.
Um tema recorrente entre o eclético grupo de pesquisadores é sobre a habilidade de criar computadores cada vez mais poderosos.
O pesquisador Daniel Dewey fala de uma "explosão de inteligência", em que o poder de aceleração de computadores se torna menos previsível e menos controlável.
"A inteligência artificial é uma das tecnologias que deposita mais e mais poder em pacotes cada vez menores", afirma.
Nick Bostrom finaliza afirmando que o risco existencial enfrentado pela humanidade "não está no radar de todo mundo". Mas ele argumenta que os riscos virão, caso estejamos ou não preparados.
"Existe um gargalo na história da humanidade. A condição humana irá mudar. Pode ser que terminemos em uma catástrofe ou que sejamos transformados ao assumir mais controle sobre a nossa biologia. Não é ficção científica, doutrina religiosa ou conversa de bar," vaticina ele.
Para acalmar o tão preocupado cientista, talvez seja recomendável não esquecer que uma única tempestade solar forte o bastante, com a que aconteceu em 1859, poderia desligar todo o nosso "amedrontador" parque tecnológico. E então nossas preocupações seriam bem outras - como não voltar à barbárie, por exemplo.

Fonte: Inovação Tecnológica

Centro para Estudo do Risco Existencial teme revolução dos robôs


Universidade de Cambridge, no Reino Unido, criou um centro de pesquisas para avaliar os riscos de que a tecnologia venha a destruir a civilização.
Centro para o Estudo do Risco Existencial (CSER, na sigla em inglês) pretende analisar riscos impostos à humanidade pela biotecnologia, inteligência artificial, biologia sintética, mudanças climáticas antropogênicas e nanotecnologia.
O centro foi idealizado por um trio bastante heterogêneo: Huw Price (filósofo), Martin Rees (astrofísico) e Jaan Tallinn (cofundador do Skype).
Apesar de alguns riscos tecnológicos bastante conhecidos, como a contaminação por pesticidas e agrotóxicos e efeitos colaterais de medicamentos, além da falta de estudos adequados sobre outros, como a manipulação genética de plantas e animais e os efeitos das nanopartículas sobre a saúde e o meio ambiente, o grupo parece interessado em "riscos mais futurísticos".
Em suas declarações, o trio mostra preocupação com o que chamam de "singularidade tecnológica", um momento no qual computadores ou robôs se tornarão tão inteligentes que superarão os humanos, podendo passar a nos controlar.
Estaríamos então à mercê de "máquinas não exatamente maliciosas, mas máquinas cujos interesses não nos incluem," disse o professor Price.
Mostrando uma aparente desconexão entre preocupações e a realidade atual das pesquisas em robótica e em inteligência artificial, os pesquisadores viajam diretamente das previsões para o campo da futurologia, falando de máquinas que podem não se parecer com os seres humanos, mas que serão mais inteligentes.
Em alguns momentos, os riscos alegados pelo trio parecem tão distantes no futuro - se é que se realizarão - que é difícil discerni-los da ficção científica.
Que um robô que adquira consciência e decida levar a vida por si próprio pode representar um risco para a humanidade, é algo inegável.
Mas qual é a distância entre os robôs atuais e o T-1000? Ou entre os aplicativos de inteligência artificial de hoje e a Skynet?
Parece que o centro destinado a estudar riscos existenciais nasce com um risco intrínseco: o de focar riscos tão improváveis que suas pesquisas nunca poderão ser validadas.
A tecnologia sempre gerou temores, alguns infundados, outros não. Mas os riscos parecem ter quase sempre vindo de onde menos se suspeitava.
De qualquer forma, o que se espera do Centro para o Estudo do Risco Existencial é que se gerem discussões filosóficas ricas, e não apenas distopias amedrontadoras para a população - de profecias sobre o fim do mundo já temos o bastante.