quinta-feira, 13 de setembro de 2012

Política Reversa


Foi se o tempo em que para se construir ou pintar uma parede, instalar uma lâmpada ou um chuveiro ou mesmo executar pequenos reparos em um veículo não necessitava de qualificação formal para tanto. Pois bem, os tempos mudaram e mudam a cada segundo em decorrência das novas tecnologias cada vez mais implementadas no convívio cotidiano das pessoas. 

Na contramão disso tudo, parece que apenas a política não muda no Brasil. Na verdade, o que ocorre é que os gestores da política, ou pelo menos a maioria deles continuam retrógrados no que diz respeito ao seu desempenho, tendo em vista a falta de qualidade de suas obras e o desperdício dos recursos públicos.

Assim como nas diferentes atividades profissionais desempenhadas pelos cidadãos em que se exige cada vez mais capacitação e qualificação profissionais, fato estes impulsionado é claro pelos avanços decorrentes das inovações tecnológicas agregadas aos produtos e bens de consumo, não deveria ocorrer o mesmo com a política? Quantos dos políticos que conhecemos, são realmente capacitados para ocuparem tais postos? Quantos destes realmente defendem os interesses públicos?  Quantos sabem ler e entender o lido e passar o que leu para outras pessoas? Quantos têm a capacidade de escrever um projeto?
A palavra “reversa” muito utilizada hoje nos meios acadêmicos, nos arremete para a outra extremidade do processo, ou seja, no caso deste artigo, numa ponta estão nossos políticos (gestores públicos) e na outra ponta estão os cidadãos pagadores de impostos e no meio está à ação da administração pública de todos os recursos arrecadados em prol de toda a sociedade. 

Numa fábrica de embalagens, por exemplo, ao se pensar em desenvolver um novo produto, se faz o que chamamos em educação ambiental de “logística reversa”, ou seja, os engenheiros e técnicos (pessoas qualificadas que estudaram para ocupar tais cargos), percorrem todos os processos que deverá passar esta embalagem, desde sua criação, produção, utilização, descarte e reciclagem. Desta forma, deixam de fazer as coisas acidentalmente e passam a estudar as coisas elaborando e planejando sobre suas utilidades e conseqüências para o meio em que vivemos.

Assim sendo, a “política reversa”, diz que, assim como numa empresa, a administração pública, precisa planejar, operar, controlar fluxos e fazer a utilização eficiente dos recursos públicos oriundos de impostos pagos pelos cidadãos de forma a retornar em bens e serviços a comunidade, agregando-lhes valores, ou seja, conferindo-lhes benefícios, como que resultado de uma aplicação bancária que se faz numa poupança, pois estamos investindo nosso dinheiro no setor público ao pagar um imposto qualquer. Para tanto o que não temos visto acontecer na administração pública é o que as empresas tem feito, ou seja, capacitado seu quadro de funcionários para fazerem uso das cadeiras que ocupam.

Enquanto isto se, desejamos a criar um meio melhor para se viver, com maior justiça social, com melhor distribuição de rendas e oportunidades através de trabalho digno a todos e não somente a uns poucos “escolhidos”, é bom que, como “cidadãos reversos” e “eleitores reversos” que somos, pensemos sobre o tipo de representantes que vamos colocar nestas cadeiras, e aos “políticos reversos”, que busquem melhorar suas qualificações ou pelo menos, coloquem secretários e assessores que assim o façam. 

Um comentário:

  1. Olá Arlindo Cesar. Concordo com o conteúdo do texto e gostaria de mencionar que na gestão do prefeito Galvão, em que assumi a Secretaria de Esportes, a preocupação com qualificação e planejamento era constante e participávamos de cursos e palestras, inclusive com o tribunal de contas, para não errar no uso do dinheiro público.
    Continue fomentando ideias para melhorar o comportamento das pessoas em relação ao próximo e à natureza. Um abraço.

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