quarta-feira, 15 de agosto de 2012

Manifesto Ecológico 2012

Nestes tempos de rápidas e incertas mudanças, onde o homem dispõe de recursos da mais alta tecnologia da informação, que os aproximam cada vez mais de longínquas localidades, somam-se avanços científicos produzindo coisas maravilhosas que facilitam a vida moderna e cura doenças que há pouco tempo atrás causava pânico; ao mesmo tempo, pela contramão de tudo isso, flui forças que arrastam este mesmo homem a aberrações terríveis os arremetendo a época das cavernas. Isto causa medo e afasta cada vez mais do real valor da vida. O homem moderno é um homem que tem medo. Medo do desconhecido que ele é, e medo do que ele poderá vir a ser.
O desenvolvimento humano que anda a passos de cavalo, infelizmente não acompanha o tecnológico, que voa a turbinas de foguete.
Este homem, na ânsia de preencher seu vazio existencial, busca o poder. O poder do dinheiro, da fama, do conhecimento, da beleza, da eterna juventude... Mas o poder é transitório e lhe escapa entre os dedos, como uma ilusão criada em uma imagem holográfica, onde ao se atingir aquele ponto nuclear de maior concentração da força, cria-se outra ilusão de poder em sucessões infinitas. Passa-se a vida toda correndo atrás do poder que lhe conferirá o pseudo domínio de tudo, sem se dar conta do desconhecido que o habita. E assim vai acumulando coisas, se empanturrando de vícios sem saciar a sede da insatisfação, tornando-se um voraz consumidor de coisas da Terra. Ao assumir tal conduta, separa-se da rede das relações que existe no habitat em que vive, como que se fosse uma parte isolada do todo e não fizesse parte da teia da vida que a tudo e todos interliga. Esta é a pior das ilusões! Assim pensando, ele come a Terra, ou seja, explora, depreda, polui o meio ambiente como se este fosse sua propriedade. Não consegue perceber que é preciso ser “um consumidor” racional.
No ritmo que vão as coisas a passos largos, daqui a algum tempo, as matérias primas das quais fabricamos os objetos e coisas se esgotarão. Não haverá alimentos para todo mundo. Muitas de nossas bacias de águas já estão contaminadas e muitas secaram. Imensas áreas de florestas já foram desmatadas e são queimadas todos os dias. Muitas espécies de animais se extinguiram; e aqui podemos incluir até as tribos indígenas do planeta todo, pois o homem também é um animal, lembram-se disto? Este é um processo continuo que não para, está acontecendo neste exato momento!
Paremos um pouco e refletimos nas catástrofes ocorridas nestes últimos anos; até quando fechar os olhos e fingir que não tem nada a ver com a exploração e degradação ambiental? Catástrofes ambientais não são somente as que anunciam na TV como as enchentes, tufões, furacões, terremotos, derretimento da calota polar, efeito estufa etc e tal, mas também as diferenças sociais que tem produzido milionários de um lado e famintos do outro. Quando comparamos um homem de um país do primeiro mundo qualquer com outro esfomeado e doente em pele e osso da África, o que vemos? São seres semelhantes ou dês-semelhantes? O homem, ou seja, nós somos produtores de catástrofes. Roubamos e profanamos nosso verdadeiro lar, negando nossa descendência com a natureza e pisando naquele que chamamos de irmão para galgar um degrau a mais na escalada da vida... Isto tem nome, chama-se ganância!
O que estamos fazendo para melhorar tudo isto? Se não for dado o primeiro passo, por cada um de nós, não dará mais tempo para alcançarmos um ponto de equilíbrio. Precisamos fazer a dês-inversão dos valores que a publicidade nos faz, ou seja, faz crer que a felicidade está no consumismo, no ter e nos afasta do Ser. Precisamos nos resgatar do esquecimento de que somos parte integrante de todos os ecossistemas e existimos todos juntos e não isolados; que fazemos parte da mesma respiração do sopro da vida e que tudo que afeta você, também me afeta e afeta a planta, o rio, o peixe, o animal... Paremos de nos isolar!
Mais que nunca, precisamos fazer uso racional dos recursos naturais antes que seja tarde demais. É preciso mais que nunca consumir somente o necessário, ou seja, comer somente o necessário, beber somente o necessário, comprar somente o necessário, por que o que está em jogo é a vida! A vida que vamos dar aos nossos semelhantes do futuro!

Arlindo Cesar Bonassa
(Pos-graduando Educação Ambiental e Sustentabilidade – UNINTER)

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